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Peripécias e anotações do meu dia-a-dia. Haja alegria! (e família/ amigos, bons petiscos e viagens pelo meio, já agora...)
A sério que existem pessoas que não se importam de arriscar a cegueira por uns olhos azuis ou verdes? Confesso que nem sabia que isto era possível, achava que umas simples lentes de contacto de cor seriam suficientes, mas custa-me mesmo perceber que exista quem valorize de tal forma o exterior que se submeta a um procedimento que pode provocar "cataratas, hemorragias, diminuição da qualidade visual, pressão intraocular aumentada, uveítes, inflamação oculares, glaucomas e lesões corneanas, podendo, em casos extremos, ser necessário um transplante córneo." Claro que já sabia que até as cirurgias plásticas mais comuns acarretam riscos, claro que somos todos livres de fazer o que bem entendemos com o nosso corpo e de sermos felizes à nossa maneira, mas nem por isso deixo de ver a mudança de cor de olhos como um capricho estúpido, perdoem-me. Gosto demasiado de poder observar o mundo em meu redor, para sequer pensar em arriscar isso de livre vontade. Mas, pensando bem, realmente porque haverão as mamas, rabos ou narizes de ser mais importantes que os olhos?! Just keep in mind, we have to live with the choices we make. E todas as nossas escolhas têm as suas consequências. A meu ver, já há tanta coisa má que nos pode acontecer, que não vale a pena cutucar a onça com vara curta e arriscar ainda mais! Just saying... Lá terei eu de viver com os meus olhos castanhos para sempre! Só peço que funcionem!
Numa reunião geral, convocada pelo nº2 da empresa para ouvir sugestões de melhoria operacional da parte dos colegas, há um iluminado que partilha o seguinte pensamento, com um ar verdadeiramente sério (e, achava ele, inspirador):
"Sabem, eu estou numa posição em que ou compro lenços ou choro. Decidi comprar lenços!"
*Silêncio na sala inteira*
A sério, surreal.
Em três dias fui destacada duas vezes, nem queria acreditar! Muito obrigada, e um beijinho especial a todos os que me lêem e acompanham!
Os acontecimentos recentes, primeiro com o caso BES e agora com a Grécia que culminou com um feriado bancário, têm-me provocado verdadeiros arrepios na espinha. Uma pessoa trabalha que nem um cão (nunca percebi esta expressão, até porque a minha cadela tem uma vida de rainha, mas vocês percebem o que quero dizer, trabalhar horas e horas a fios 5, às vezes 6 ou 7, dias por semana!), para ver o seu salário depositado todos os meses, tentando acumular a melhor poupança que consegue para um futuro melhor, seu e dos filhos, netos, às vezes mesmo pais, e de repente perde tudo ou vê-lhe ser negado o direito de levantar o SEU dinheiro. Mas quem é que volta a confiar no sistema bancário depois disto? E o pior é que guardar o dinheiro debaixo do colchão não é solução, porque os malditos ladrões parece que adivinham, e cada vez é mais comum ouvir-se que as casas de A ou B foram assaltadas e levaram todo o dinheiro e jóias de família. Mas que sociedade é esta, para onde caminhamos nós? Muito medo do que nos espera. Seja em euros, dracmas ou escudos, que Deus nos ajude!
Hoje estou lamechas e sentimentalona, é uma grande verdade. Mas finalmente sinto que a minha vida vai na direcção certa, direcção essa da qual nunca me devia ter desviado, mas que querem, sou humana, cometo erros, live and learn, aprendi muito, evoluí como pessoa e sinto que interiorizei, à séria, o que realmente é importante para mim. E o dinheiro não é tudo. Ok, obviamente que também não acho que o amor e uma cabana é que é, há mínimos olímpicos, mas o que eu quero mesmo é ser feliz, e para isso preciso de estar rodeada das minhas pessoas (ou pelo menos a umas curtas 2-3 horinhas de distância), viver num sítio confortável (não precisa de ser um palácio, fait attention), poder ir passear na rua, comprar produtos frescos (e ter variedade de onde escolher), comprar livros, poder ir a uma exposição, a um concerto, a um museu, fazer um piquenique num jardim, ir sair sem medos (e sem ir à falência), ter acesso a um sistema de saúde razoável (embora espere não precisar muito dele), ter um cão, ter filhos, sentir-me a melhorar, pessoal e intelectualmente. E repito, poder estar com as minhas pessoas, que não são muitas, e até podem nem ser as melhores do mundo, mas para mim são e não as troco por outras. Viver com um orçamento mais pequeno pode ser tramado, claro que é, mas ser feliz é tão mais importante. E posso ganhar rios de dinheiro, mas quem me tira isto, tira-me tudo. Para mim, ganhar muito não é, de todo, suficiente. Adorava ter uma Chanel, viajar todos os meses e comprar as milhentas casas super giras que vejo. Mas do que eu sinto mesmo mesmo falta é de estar descansada na minha Lisboa (até na minha Europa, não sou esquisita...), viajando 2-3 vezes por ano, mas sabendo que sempre que queira a minha família está a uns minutinhos de carro (pronta para qualquer crise), sabendo que os amigos estão ali para as noites de preguiça com pizzas e filmes, para as tardes de compras, vinho e gargalhadas, para tudo!, sabendo que temos um clima fantástico e mil e um programas giros, mesmo sem gastar muito, what else do we need? A meu ver, nada.