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A Saúde em Portugal.

por Claudia, em 24.03.16

Há uma semana atrás a minha Mãe contava-me que uma amiga Patologista lhe confidenciava que ultimamente mais parecia Psicóloga, porque mil e um doentes lhe iam bater à porta após receberem os resultados das análises e serem completamente negligenciados nas Urgências. Dizia ela que, para seu grande horror, muitos médicos nas urgências portuguesas (mas nem todos, graças a Deus) simplesmente querem despachar serviço, dispensando doentes com resultados claros de sifílis e outras doenças semelhantes, o que não só é mau para os doentes como favorece a contaminação dos parceiros e afins, mas nada que pareça pesar na consciência desta gente... "Nem imagina o que se passa!". Já trabalhei no sector e já tive algumas peripécias com os meus Avós, mas a última experiência até tinha corrido bem, em Santa Maria, onde fui operada de urgência ao apêndice sem qualquer problema. Ora nem de propósito, três ou quatro dias depois o B acorda a meio da noite com uma dor aguda na zona do estômago/fígado/intestino. Lá rumámos para as Urgências do Hospital de Cascais, onde foi triado como amarelo. Quando nos chamaram, a médica estava ao telefone a discutir com uma enfermeira, assim continua por uns dois minutos até que se levanta e sai com um simples - já volto Sr. Tomás. O B lá foi espreitar quem era o Tomás no computador e era um senhor de 47 anos, claramente não ele. A doutora lá regressa, começa a falar connosco, entretanto chega uma colega e começam em amena cavaqueira, às tantas lá se lembra e examina o Tomás (eu ainda sopro um Bruno, mas não ouve), e finalmente despacha-nos para as análises, não sem antes eu intervir "atenção que este não é o T mas sim o B", ah então passaram à frente, "o quê? chamaram a nossa senha!", ah tem razão, estava trocada a ficha. Por momentos senti-me em África (pela boca morre o peixe, de facto) mas lá avançámos para a zona da enfermagem. Sangue tirado e soro colocado com a medicação, sentamo-nos à espera. Nisto já se tinha passado hora e meia, duas senhoras e um senhor tinham-se juntado, e nisto irrompe a tal colega que apareceu a meio da consulta, e que pelos vistos era a chefe, e tem a seguinte intervenção, a rir e com ar de gozo - "é bom que tenham paciência e estejam confortáveis, porque nós já não vamos fazer nada, agora só daqui a três ou quatro horas é que vos atendem, porque eu preciso de ir dormir, estou nisto desde as oito da manhã, é como se já estivesse bêbeda, portanto agora os colegas que vos vejam. E (virando-se para o B) o senhor está com óptimo ar, se calhar nem devia ter vindo (cor amarela na triagem, relembro), mas seja como for, agora vão ter de esperar, imagine se eu tiver de o operar, não pode ser, o próximo vê-o!", e sai! Eu devo ter feito uma cara de tal ordem (e foi uma sorte ter ficado calada, mas às quatro da manhã também já não raciocinava muito bem), que a médica voltou atrás com umas revistas para ajudar a passar o tempo... Nem sei por onde comece. E atenção que a minha irmã é médica (orgulho!) e eu vejo o quanto ela trabalha e o ritmo que tem. Obviamente acho desumano trabalhar 24 horas seguidas, deve ser extremamente duro, cansativo, enervante, esgotante, uma infinidade de coisas más, mas se não são capazes sugiro que a) não o façam, despeçam-se se quiserem, agora deixar doentes por tratar é que não (e uma das pacientes guinchava que era uma aflição); b) a Ordem se junte e acabe com estes bancos, mude-se o sistema, agora as pessoas pagam por um serviço que é claramente deficitário e estão doentes merecem respeito e bons tratos, já para não dizer que o próprio médico recebe pelo trabalho que não está a fazer; e c) faça um crash course de como lidar com os pacientes, porque claramente há formas e formas de dizer as coisas e gozar com as pessoas é que não. Estava eu ainda em choque, quando somos chamados uns minutos a seguir, efectivamente por outro médico, que dispensou o meu marido dizendo que estava tudo bem. No dia seguinte (ou umas horas mais tarde, diga-se) olhei para as análises e vi uns marcadores alterados, pelo que toca de ir a um bom médico no privado. Claro que ficou bastante surpreso de não terem pedido uma ecografia e reencaminhou-nos para um gastrenterologista que nos conseguiu encaixar nessa tarde. O tratamento foi totalmente diferente, bastantes euros depois. Portanto uma pessoa desconta autênticas fortunas porque supostamente tem acesso à saúde e educação, mas no final de contas tem de recorrer à privada para tudo. Go figure.

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Pobres doentes.

 

Andamos há uma semana a debater o destino europeu que queremos visitar no início de Abril. Veneza, Viena, Budapeste, Berlim, Paris, inclusive Bruges e Bruxelas no seguimento do livro que estou a ler (Ínclita Geração). Eu adorava ir a Istambul mas nem pensar, é um perigo! E de repente acordo, choque dos choques - duas explosões na zona de embarque do aeroporto de Bruxelas. Não tenho palavras para descrever o turbilhão de sentimentos e ideias que me passou pela cabeça. Imaginem o terror das pessoas, eu visualizei-me logo na gate, ansiosamente à espera de entrar no avião, quer seja de férias ou em trabalho, associo sempre coisas boas a viajar. De repente o caos total (isto se não tivesse sido eu a explodir - desculpem mas não há eufemismo para isto), pessoas feridas, o medo de haver mais, eu sei lá! O vídeo das pessoas a fugir não deixa ninguém indiferente! Por outro lado, a raiva, ódio até, às pessoas que foram capazes de cometer tal acto, matar e destruir pessoas num país que não o deles pelas suas crenças e religião!!! Como é que em milhares de anos de evolução a raça humana cresceu tanto economicamente e tão pouco intelectualmente????!!!!! Outra ideia - falo eu de África, mas a Europa está a tornar-se novamente num barril de pólvora (literalmente!), o que assusta não só devido a estes acontecimentos pontuais (embora não menos devastadores) mas agita a alma com medo do que aí poderá vir. E torna os nossos pequenos city breaks um verdadeiro risco. Em Dezembro um amigo meu queria supreender a namorada com um fim-de-semana em Paris, mas andava ali bastante indeciso no seguimento dos atentados. Todos os dias ouvimos ameaças e mesmo ataques em alguns pontos da Europa. Estão a conseguir tornar o prazer de viajar num autêntico exercício kamikaze. Deus me/nos ajude! E um forte abraço às famílias das vítimas.

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Sugestão do dia.

por Claudia, em 21.03.16

Depois de um dia de loucos, em que fez sol e depois chuva torrencial e andei de um lado para o outro a correr sob a ditadura de mil e uma reuniões, o que é que me apetece? Espairecer e desligar, fechada numa sala de cinema, idealmente a rir. Sugestão:

Pai há só um!

 If this guy was my wife’s ex I’d put a bullet in my skull!

Lisboa.

por Claudia, em 20.03.16

Amo esta cidade e as pessoas que nela encontro. Já não me afecta o tempo absurdo que esperamos pelas malas no nosso aeroporto, o trânsito maluco na 2ª Circular porque joga o Sporting, as estradas com alguns remendos (até parece mal falar disto, dado que vivo num país onde a estrada é mais buraco e terra que alcatrão, mas factos são factos!), os chico-espertos no trânsito, a chuva que cai esporadicamente, o frio, o rádio ou a televisão que insistem em lembrar-nos da corrupção que assola a política (agora até ligada ao Brasil...) e as medidas que se vão tomando e afectando o dia-a-dia das pessoas. Estou em Lisboa, em casa, e, melhor!, rodeada de quem amo. Estou feliz.

Expectativas vs Realidade

por Claudia, em 18.03.16

Na era digital, em que somos inundados de fotografias extremamente apelativas de locais, refeições, acessórios, mesmo pessoas, quantas vezes a realidade não se revela uma tremenda desilusão? Um local idílico afinal está tão cheio de gente que vira um inferno; um prato que prometia levar-nos ao céu afinal vem mal apresentado e o sabor deixa muito a desejar; uns sapatos que garantiam ser duráveis, confortáveis e, ainda, fashion, afinal são piores que o china, and the list goes on. Nem de propósito, cruzei-me com este post que tive de partilhar. Destaco os que já vivi em primeira mão e subscrevo inteiramente...

 

#3 Admirar a Mona Lisa no Louvre - confesso que admirar é claramente esticar a coisa, porque tinha trezentas mil pessoas em redor do quadro, conseguindo somente vislumbrá-lo ao longe e sem qualquer detalhe. A "prova" e o melhor zoom que consegui, a custo! (Dezembro 2014)

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#8 Banhar-me na praia do Leblon revelou-se bem menos engraçado do que imaginaria, não obstante a vista imponente dos morros e o calçadão - a praia estava pior que Carcavelos no verão, já para não falar do facto de se vender de tudo e mais alguma coisa, pior que a feira. Ainda por cima um dos dias levantou-se uma neblina tremenda. Tenho um registo fotográfico muito fugaz do momento, aliás se fiquei lá duas horas foi muito... mil vezes ir para as compras perder-me nas marcas brasileiras... (Outubro 2014)

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 #11 Admirar a Fontana de Trevi e atirar a moedinha que me permitiria conhecer o Bruno no ano seguinte (ahah tá!) não se revelou uma tarefa fácil. E não me convencem com as épocas baixas, porque a enchente era igual em Agosto e em Fevereiro. Mas recomendo a gelataria na praça! (Agosto 2011 e Fevereiro 2014)

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#18 Aproveitar a Praça de S.Pedro no Vaticano também é um desafio, para não falar da fila para entrar na Basílica. Mas vale imenso a pena. É lindíssima e a vista soberba. Na praça, até consegui tirar uma foto com um Cardeal e desconhecidas!!!! (Fevereiro 2014)

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 #19 Visitar a Acrópole em Atenas era um sonho tornado realidade, se esquecermos o mar de gente e o calor infernal que se fazia sentir naquele final de Julho. De qualquer modo é imperdível. Infelizmente, o registo fotográfico é físico, pois já fui em 2005, no Verão antes de entrar na faculdade! Atenas não me encantou, apesar da história, pois achei uma cidade suja e os gregos intragáveis, a fumar em todo o lado, inclusive dentro das lojas de roupa! Mas às ilhas quero voltar!

 

Bom, dito isto, viajar é maravilhoso e sabe sempre bem, mas nem sempre os sítios mais famosos são os melhores! Há muito por descobrir Terra fora, haja tempo, saúde e dinheiro!

E por esta blogosfera fora, quais as maiores decepções de viagem? 

Para não falar só de decepções, um dia destes partilho as melhores surpresas...



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