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Peripécias e anotações do meu dia-a-dia. Haja alegria! (e família/ amigos, bons petiscos e viagens pelo meio, já agora...)
Por acaso adoro estrelas. Em miúda espalhava estrelas por tudo o que era cadernos e dossiers, tinha aquelas estrelas fluorescentes no teto do quarto, tinha estrelas nos tops, no chapéu, eu sei lá! Ainda hoje lhes guardo um carinho muito especial (a pirosa em mim não lhes resiste, até em pormenores de decoração - aqueles padrões da zara home kids matam-me!). Mas não é da forma em si que vos quero falar hoje. É das estrelinhas que todos temos na nossa vida, que nos acompanham e iluminam diariamente. As de carne e osso, que ouvem os nossos desabafos, partilham as nossas angústias, celebram as nossas conquistas, e as que lá de cima continuam a velar por nós. Acredito nisto, já o disse, até porque a vida às vezes dá com cada reviravolta boa que uma pessoa só pode ter certeza da interferência superior! Todos as temos mas, por motivos óbvios, quero exaltar as minhas e agradecer do fundo do meu coração!!! Às que vejo e às que não vejo! Porque, por muito que me queixe, a vida vai-se resolvendo, e bem. E nos momentos menos bons há sempre algo/alguém que me faz sorrir. Pessoalmente, só espero transmitir-lhes o mesmo.
Tive a sorte de crescer com dois avós espectaculares, que me amavam estrondosamente e faziam questão de o dizer e demonstrar profusamente, de modos que nunca duvidei disso e sempre me senti segura e feliz com eles. Claro que era retribuída a paixão assolapada, e tinha uma relação com os meus avós maternos como pouca gente - falávamos de tudo, adorava estar com eles, confiava neles e nas suas opiniões, aprendi muito - a importância da educação e do respeito (por mim própria e pelos outros), a relevância dos estudos e do trabalho, a busca pela felicidade mais do que pela perfeição ("não preciso que os meus netos sejam Einsteins, só quero que sejam felizes" repetia várias vezes a minha Avó). Obviamente que houve alguns atritos, somos humanos, mas acima de tudo havia muito, muito, amor. Infelizmente, perdi o meu Avô há praticamente 6 anos, e a minha Avó há dois anos e meio. É algo que nunca irei ultrapassar, penso neles todos os dias, há momentos em que ainda me emociono e não contenho as lágrimas, mas aprendi a lidar com essa moínha que vai lá estar sempre e percebi a sorte que tenho de ter tido uns Avós assim. E, mesmo que não se acredite muito nestas coisas, a verdade é que há coincidências incríveis que nos fazem questionar muita coisa, e acreditar com alguma força que, seja onde for, como for, em que estado for, de alguma forma eles me acompanham. A semana passada recebi uma notícia pela qual muito ansiei, e chegou-me no dia de anos do meu Avô (não, não estou grávida, mas é muito boa na mesma). Hoje apercebi-me que o averbamento pelo qual espero há dois meses já chegou, e chegou no dia de anos da minha Avó. Pode ser mera coincidência, sorte, o que lhe quiserem chamar. Mas o coração não deixa de sentir que ainda há um bocadinho deles ao pé de mim, parte activa na minha vida, estrelinhas que intercedem a favor dos que amam e que nunca se desvanecem. Se é real ou não, não sei. Talvez seja a minha vontade inquebrável de que ainda cá estivessem que me faça vê-los nas pequenas coisas do dia-a-dia. Sinceramente, não me interessa. O que importa é que a lembrança continua cá, e que esta agradável coincidência me ajudou a ter mais certezas das minhas decisões e do rumo que estou a tomar. Obrigada Avô. Obrigada Avó. Love you.