Saltar para: Posts [1], Pesquisa e Arquivos [2]
Peripécias e anotações do meu dia-a-dia. Haja alegria! (e família/ amigos, bons petiscos e viagens pelo meio, já agora...)
Ontem fomos ao cinema ver Sem Saída. O filme retrata a história de uma família que emigra para um país asiático (Laos ou Cambodja, uma vez que era um país extremamente pobre que fazia fronteira com o Vietname, e China não era) porque o negócio do Pai faliu nos Estados Unidos e esta proposta de emprego era a sua melhor opção, levando a mulher e as duas filhas pequenas consigo. Infelizmente, à chegada, deparam-se com um cenário de guerra civil, em que a população se revolta contra o Governo e os expatriados por achar que o primeiro "vendeu" os seus recursos naturais aos segundos, subjugando os nativos aos estrangeiros. Isto levou-nos a um debate no final sobre se a população teria ou não razão para se revoltar ("estavam a proteger as suas famílias também"), mas sinceramente não me parece justificável matar brutalmente outras pessoas (crianças incluídas). É uma violência incrível (e assustadoramente realista nestes casos), que nos prende do princípio ao fim. Há ali duas partes em que um herói surge na hora h, mas tirando isso a história pareceu-me bastante plausível. Acredito que o nosso corpo entra em modo sobrevivência e arranjamos forças sabe-se lá onde. E, dado que estou eu própria a viver num país de terceiro, quiçá quarto, mundo deixou-me a pensar - o que é que eu faria numa situação daquelas? Ir para a embaixada não me parece solução, uma vez que fica no centro da cidade e deve ser dos primeiros alvos; eventualmente posso tentar a embaixada da África do Sul aqui em Talatona, mas também pode não ser solução; o mais sensato será ir para o aeroporto e tentar meter-me no primeiro avião que conseguir, mas poderá não ser fácil; no limite, tentar atravessar a fronteira da Namíbia, mas ainda é um longo (e em muito mau estado) caminho até lá. E se eu e o B não estivermos juntos quando estalar o confito e as comunicações estiverem cortadas? Enfim, um desespero. Costuma-se dizer expect the best but prepare for the worst, mas neste caso acho que o melhor é nem pensar. Que Deus nos livre.
Medo!